Triste arte Triste

Triste perder a criatividade
Talvez a vida já não imite mais a arte
Nem a arte represente mais a vida
Quem sabe, hoje em dia
nada de novo se cria

Triste fim para o artista
Trocou sua arte por uma rotina

Seu trabalho, outrora raro
Hoje em dia segue apenas a lei de mercado

Sua obra, não é mais o que cria
Virou apenas mercadoria
Só sobrevive se produzir todo dia

Triste fim para arte
Vendida em toda parte
Sem a menor criatividade
Vendida a quilo
feita a pedido

Triste fim para humanidade
Cercada de artistas por toda parte
Nas esquinas, obras, industrias, favelas,
semáforos da cidade.
Cercada de artistas
Mas que nunca descobrira

Artistas mortos ao nascer
Por nascer “em berço esplêndido”
Mas que nunca os deixou crescer

Vítimas de um sistema
da violência do dia dia
Quem sabe quantos
não se foram nas muitas chacinas
Carandiru, Eldorado, Candelária
Quantos artistas lá existia¿

Você nunca vai saber
Não o ensinou a soletra muito menos escrever
Nem um livro ele tinha
Seu único desenho era a tatuagem que fazia

Triste fim pra você
Consentiu na morte do artista
deixando o bandido crescer

Jelder Pompeo de Cerqueira