"Prelúdio"

07/09/2012 18:09

 

 

Quem vê esse meu povo como

Pobre, magro, Fraco

Nossas mulheres delicadas,

Frágeis, indefesas

Esquece que de suas mãos

Saem o pão, as vestes, casas e toda riqueza

 

Subjulgam sua firmeza

Crendo que sua fortaleza

Erguida pela labuta alheia

Esconderá, que foi sua avareza

A causa de todo problema

 

A saúde, educação, moradia

Coisas que no dia a dia não pode faltar

Viraram hoje mercadoria

Para que o burguês pudesse lucrar

Deixam assim milhares a espera

A espera de um novo futuro que virá

Que, se não for por suas próprias mãos

 Nunca chegará

 

Quando, em fim chegar

Não haverá fortaleza alguma

que vai nos segurar

Fomos nós que a construímos

Somos nós a guardar

Nós a protegemos sem saber como lidar

Com aquilo que é nosso e não podemos tomar

Mas isso hoje acaba!

Ruirá como um castelo de arreia arrastado pelo mar

O mar de gente que você pos a penar

 

A sofrer por toda falta

De ter um dia tranquilo

 sem ter com que nos preocupar

Alimentar nossos filhos e ter aonde morar

 

Ter saúde, educação e moradia sem ter pagar

Pagar aquilo que nós mesmo fizemos

E que você ousa cobrar

 

Aquilo tudo será nosso

Sem patrão, polícia, “político” ou ladrão

Para nos levar

 

Quando em fim esse dia chegar

Como um prelúdio da resistência

Que hoje, ousamos travar

Na luta por emprego, saúde, educação e moradia

Seremos então livres

 

Livres para amar

Amar não somente um ao outro

Mas a vida sem pagar

Sem pagar com a própria vida

Para viver sem amar

 

Jelde Pompeo de Cerqueira