"Prelúdio"
Quem vê esse meu povo como
Pobre, magro, Fraco
Nossas mulheres delicadas,
Frágeis, indefesas
Esquece que de suas mãos
Saem o pão, as vestes, casas e toda riqueza
Subjulgam sua firmeza
Crendo que sua fortaleza
Erguida pela labuta alheia
Esconderá, que foi sua avareza
A causa de todo problema
A saúde, educação, moradia
Coisas que no dia a dia não pode faltar
Viraram hoje mercadoria
Para que o burguês pudesse lucrar
Deixam assim milhares a espera
A espera de um novo futuro que virá
Que, se não for por suas próprias mãos
Nunca chegará
Quando, em fim chegar
Não haverá fortaleza alguma
que vai nos segurar
Fomos nós que a construímos
Somos nós a guardar
Nós a protegemos sem saber como lidar
Com aquilo que é nosso e não podemos tomar
Mas isso hoje acaba!
Ruirá como um castelo de arreia arrastado pelo mar
O mar de gente que você pos a penar
A sofrer por toda falta
De ter um dia tranquilo
sem ter com que nos preocupar
Alimentar nossos filhos e ter aonde morar
Ter saúde, educação e moradia sem ter pagar
Pagar aquilo que nós mesmo fizemos
E que você ousa cobrar
Aquilo tudo será nosso
Sem patrão, polícia, “político” ou ladrão
Para nos levar
Quando em fim esse dia chegar
Como um prelúdio da resistência
Que hoje, ousamos travar
Na luta por emprego, saúde, educação e moradia
Seremos então livres
Livres para amar
Amar não somente um ao outro
Mas a vida sem pagar
Sem pagar com a própria vida
Para viver sem amar
Jelde Pompeo de Cerqueira