Não sou nenhum pobre

Muito menos miserável

Minha família se esforçou

para que não fosse proletário

Já estive em muitas festas luxuosas

Onde ostentavam-se fortunas riquezas e “glorias”

Onde as pessoas não valiam de nada

Dinheiro sim era o que imperava

Você valia quanto você tinha

E nunca por sua sabedoria

Suas conversas eram sobre lucrar

Acumular riquezas, sem nada mais importar

Seus trajes eram todos finos

Demonstrando suas riquezas,

Escondendo a origem disso

Sempre creram que via nisso beleza

Um mundo de oportunidades

Um mundo de riqueza

mas meus  olhos, nada disso via

 só enxergava exploração

só enxergava mais valia

um mundo de contraste  

um mundo de mentira

Queriam que fosse como eles

Pensando só em mim

Fechando os olhos para pobreza

Se assim eu fosse

 Não ficaria vivo

Morreria a cada dia,

mesmo estando vivo

Perderia minha humanidade

Por ser mais um omisso

Escolhi não ser patrão

Pra mim essa escolha não foi difícil

Nunca me senti bem ao lado dos ricos

Prefiro viver entre os meus

Lutar suas lutas

Viver seus sacrifícios

Sonhar os seus sonhos

Rir com seus sorrisos

Fazer com que a riqueza

Não seja mais aquilo

Não seja avareza

Não dependa da tristeza alheia

Nem cause desatino

Para que a real riqueza,

 seja a de espírito

Aquela que se alegra

por não existir mais oprimido

Jelder Pompeo de Cerqueira