De tua juras, injúrias

De teu beijo, desleixo

De teu afago, mal grado

De teu recato, meu exagero

Das louças na pia

Da casa vazia

Da cura da cria

Da roupa encardida

De tudo foi feito

Pra mim, só desejos

De ti, apenas proveitos

Lá fora escravo, empregado, operário

Em casa, senhor, chefe, mandatário

Patrão de nossa união

Lá fora, explorado, usurpado, roubado pelo patrão

Aqui dentro refaço os caminhos desse ladrão

Até quando explorado

Até quando patrão

Lá fora eu paro, protesto, me armo

Em fim logo encaro nossa relação

E vejo que a minha postura é a mesma do patrão

De pronto eu paro

Refaço, não me vendo nem me rebaixo

De agora em diante mudei minha opinião

Não mais explorado não mais sou patrão

Somos agora companheiros

De fato uma união

Jelder Pompeo de Cerqueira